Então disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.6-8).
Os Cristãos Contra Israel Do lado oposto desses milhões estão outros milhões de cristãos professos que defendem uma convicção tão contrária à daqueles que se torna impossível uma reconciliação entre os dois lados. Essas pessoas crêem que, já que Israel como nação rejeitou Jesus, perdeu seu status especial e já não pode afirmar ser o Povo Escolhido de Deus. Eles crêem que a “Igreja” (não necessariamente alguma denominação em particular, mas o “Corpo de Cristo” global) substituiu Israel, e que os cristãos – pela exclusão do Israel nacional – agora são os eleitos de Deus. Essas pessoas crêem que, após a vida de Jesus na terra, e com a supressão cruel da rebelião judaica por Roma – a destruição de Jerusalém e o banimento dos sobreviventes judeus para o exílio – a Terra de Israel perdeu todo o significado no que diz respeito ao plano de redenção de Deus para o mundo; o Senhor “já não se preocupa mais com territórios”, como dizem eles. Os judeus banidos e seus descendentes já não possuem um propósito nacional; suas esperanças de um dia retornarem à sua antiga terra não são nada mais que sonhos vãos; suas orações para retornarem foram sempre ilusórias. Portanto, para esses cristãos, o fluxo de milhões de judeus para a Palestina (posteriormente Israel) tem sido um acontecimento por acaso; nada mais que uma reação instintiva a uma perseguição anti-semítica. E a criação do Estado de Israel em 1948 foi simplesmente uma ocorrência política – um “acidente”, como muitos afirmam – não tendo nada de profético. Eles consideram a hostilidade do mundo contra Israel como uma resposta adequada ao “comportamento ímpio” – e cada vez mais da “ilegitimidade” – do Estado Judeu, como é veiculado incessantemente pela imprensa. Conforme os relatos da mídia, a lista de crimes de Israel é deveras longa. Esses cristãos escolheram crer nela. Portanto, eles entendem que: A Declaração Balfour foi um ato ilegítimo perpetrado pelo Império Britânico colonizador e, como tal, não tem nenhuma validade. Depois da Segunda Guerra Mundial, as potências mundiais, levadas pela culpa por causa do Holocausto, realizaram a criação de um Estado Judeu em cima de “terras ancestrais árabes” à custa do povo nativo dali, a saber, os árabes. Usando o poderio militar, Israel purificou etnicamente essas terras árabes de seus proprietários legais, estabelecendo seu Estado por meio da força e criando uma crise de refugiados palestinos através da beligerância. Considere o seguinte: quando se trata de seus companheiros crentes, onde você se posiciona? Toma o partido dos poucos odiados, que buscam seguir o Senhor e agem motivados pela convicção de que estão alinhados com a Palavra de Deus no que se refere a Israel? Ou toma o partido das massas que negam a existência de Deus e/ou rejeitam Sua Palavra? Não satisfeitos com o território que tinham após 1949, os israelenses se tornaram provocadores, através de repetidas agressões contra os árabes, estendendo seu controle sobre mais e mais terras, e causando cada vez maior miséria aos palestinos. Israel é uma potência que ocupa o território palestino, e, enquanto sucessivos governos israelenses falam da boca para fora clichês sobre a paz, continuam a construir obstáculos para a paz e a tornar cada vez mais difícil a sua remoção pelas Nações Unidas. Os árabes palestinos têm direitos nacionais históricos à Margem Ocidental e, na verdade, a todo o território atualmente sob o controle israelense. Os judeus roubaram a terra dos árabes. Em seus esforços para suprimir os protestos legais dos árabes e os esforços dos mesmos para readquirirem as terras, as Forças de Defesa de Israel lançam mão freqüentemente do uso da força excessiva, e são culpadas de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade. Israel rouba as terras árabes, impede os árabes de terem acesso à água, destrói as plantações de oliveiras dos árabes, levanta muros de apartheid, atira contra civis árabes, espalha AIDS e outras doenças de propósito entre as populações árabes ao redor de Israel, ameaça o mundo árabe/muçulmano com armamentos nucleares. Destituídos de toda esperança em face da tremenda força israelense, os pobres palestinos são deixados sem nenhum recurso a não ser usar quaisquer armas nas quais consigam colocar as mãos, inclusive seus próprios corpos, para garantirem que sua justa causa não seja esquecida. A resposta do mundo é a criação de um Estado Palestino, mas nem esta solução de negociação é aceitável para Israel. Israel prefere ter conflitos contínuos a ceder às exigências de renunciar às terras sobre as quais não tem direito algum. Para esses cristãos, estar contra Israel é obedecer à ordem de Deus de clamar contra a injustiça e apoiar aqueles que são criminalmente oprimidos. A fé deles significa que não podem fazer nada menos que isso. E Quando o Dia do Julgamento Chegar? Todos os cristãos (penso eu) crêem que está chegando o dia no qual todas as pessoas terão que prestar contas das escolhas que fizeram e de suas atitudes – e dos motivos por fazerem aquelas escolhas; por adotarem aqueles lados; por lutarem aquelas batalhas; por fazerem aquelas coisas. Antes que esse dia chegue para cada um de nós, seria bom que considerássemos pessoalmente como e por que nos relacionamos com Israel e com o povo judeu do jeito que o fazemos. Não seria inadequado que aqueles que se consideram cristãos crentes na Bíblia avaliassem como se sentem acerca de Israel à luz das Escrituras – e como se sentem acerca de outros cristãos que mantêm a crença oposta à deles sobre um assunto de tanto significado, que está causando divisão em famílias e em congregações do mundo todo. No final das contas, cada um de nós deve fazer o que crê ser o certo, mas deveríamos pesar cuidadosamente nossas razões para crermos da forma que cremos. Considere o seguinte: quando se trata de seus companheiros crentes, onde você se posiciona? Toma o partido dos poucos odiados, que buscam seguir o Senhor e agem motivados pela convicção de que estão alinhados com a Palavra de Deus no que se refere a Israel? Ou toma o partido das massas que negam a existência de Deus e/ou rejeitam Sua Palavra? Há uma relação estreita entre tomar o partido dos crentes que amam o Senhor e tomar o partido de Deus (Lc 9.50). E há uma distância perigosamente curta entre tomar o partido dos que são contra a nação que o Senhor diz que ama “com amor eterno” (Jr 31.3) e tomar o partido dos que são contra Deus. (Stan Goodenough - stangoodenough.com - chamada.com.br)