Belo Monte,afirmam indígenas.
Os indígenas temem que uma tragédia de grandes
proporções aconteça, devido à autorização judicial da entrada da polícia
para efetuar o despejo
29/05/2013
A
situação é grave na Usina Hidrelétrica Belo Monte. Os indígenas que
ocupam pelo terceiro dia e pela segunda vez no mês o principal canteiro
da barragem temem que uma tragédia de grandes proporções aconteça,
devido à autorização judicial da entrada da polícia para efetuar o
despejo. Para eles, o governo está ameaçando repetir o confronto
ocorrido na aldeia Teles Pires em novembro do ano passado, onde a
Polícia Federal assassinou um indígena Munduruku e deixou dezenas de
outros feridos. (leia reportagem completa aqui).
Em
coletiva à imprensa, Candido Waro declarou que os indígenas ocupados
não irão cumprir a reintegração de posse. "Nós não vamos sair. Nós vamos
morrer aqui, o governo vai matar todo mundo", afirmou a liderança
munduruku. O indígena reafirmou que o governo não tem cumprido com as
exigências constitucionais no processo de consulta.
"O
governo está preparando uma tragédia", afirma Paygomuyatpu Munduruku.
"Nós não vamos sair daqui. O governo tem nos ignorado, ofendido,
humilhado, assassinado". Para ele, está claro que o governo está
tentando sufocar o movimento. "Ele já matou uma vez e vai matar de novo.
Eles mataram porque nós somos contra as barragens", explica. Os
indígenas se mostraram "ofendidos" com a declaração do ministro Gilberto
Carvalho à Rede Globo de que ele não teria sido "comunicado
oficialmente" sobre a vontade dos Munduruku de se reunirem com o governo
federal.
Violência policial
Além
da pressão do governo federal, os indígenas têm sofrido diariamente
ameaças e intimidações dos policiais que residem no canteiro de obras, e
daqueles que estão cercando o empreendimento. O vídeo abaixo,
registrado por um indígena dentro da ocupação, mostra um policial
intimidando e ameaçando os manifestantes, ao apontar armas e dizer que
vai "quebrar" um indígena.
Para o grupo que ocupa
o canteiro, a única saída é que o governo federal, na figura do
ministro Gilberto Carvalho ou da presidente Dilma Rousseff, vão ao
canteiro e se comprometam a cumprir a pauta dos indígenas. Eles exigem a
suspensão de todos os estudos e obras de barragens que afetem seus
territórios até que sejam consultados como previsto por lei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário