Ausência do pai e dependência química na família levam jovens para o crime

Simpósio no Unipê começa nesta sexta e abordará o adolescente em conflito com a lei A ausência do pai, dependência química na família, perda da mãe, pobreza e falta de perspectivas estão entre as causas que mais levam adolescentes paraibanos a entrarem no mundo das drogas e do crime. Isso foi o que constatou uma pesquisa realizada com adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, no Centro Educacional do Adolescente (CEA), no bairro de Mangabeira, na Capital. Esse e outros assuntos
serão abordados durante o “1º Simpósio Paraibano sobre Adolescência – o adolescente com conflito com a lei: aspectos psicossociais e jurídicos”, que acontecerá nestas sexta e sábado (10 e 11), no

Auditório do Espaço Cultural do Unipê, no bairro de Água Fria, na Capital. Pesquisa: Vídas difíceis A pesquisa “Vidas difíceis: um estudo sobre a construção da marginalidade em adolescentes infratores” foi desenvolvida pela psicóloga Maria Jozina Ferreira, desenvolve um trabalho com jovens do CEA desde 2000 e acompanha atualmente nessa unidade mais de 100 adolescentes. Ela disse que eles têm ingressado nas drogas e no crime cada vez mais cedo. Segundo a pesquisadora Maria Jozina Ferreira, professora do curso de Psicologia do Unipê, a dependência química passa de pai para filhos. É um círculo vicioso alimentado pela pobeza e falta de perspectivas desses jovens. Além de acompanhar e analisar mais de 100 adolescentes, na sua pesquisa, a especialista estudou as histórias de cinco adolescentes. “A ausência da figura paterna é presente em quase todos os casos analisados. Além disso, na maioria das histórias, há casos de alcoolismo e uso de outras drogas na família, entre irmãos mais velhos e pais. Constatamos também que a perda materna e a falta de limites por parte dos pais são fatores que levam os adolescentes a ingressarem nas drogas e na marginalidade”, revelou a psicóloga. Ela acrescentou que falta afetividade dentro dessas famílias, a maioria de baixa renda. Inscrições do Simpósio até esta sexta, dia 10 As inscrições para o “1º Simpósio Paraibano sobre Adolescência – o adolescente com conflito com a lei: aspectos psicossociais e jurídicos” estão sendo feitas até esta sexta-feira, dia 10 de agosto. As vagas são limitadas. Projeto de extensão do Unipê é desenvolvido no CEA De acordo com a professora Maria Jozina Ferreira, desde 2004, ela desenvolve no CEA, em Mangabeira, um projeto de extensão do curso de Psicologia do Unipê. No projeto, ela orienta alunos do curso em um serviço de escuta do adolescente que cumpe medidas socioeducativas ne Centro. “É um grupo de apoio psicológico aos adolescentes em conflito com a lei e trabalhamos a auto-estima deles, a sexualidade e a afetividade”, observou a psicóloga Maria Jozina